As pedras na vesícula, também conhecidas como cálculos biliares, são depósitos endurecidos originados da bile produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. Lembrando que a vesícula biliar tem por função somente o armazenamento de bile, e não sua produção. A bile é um líquido produzido pelo fígado que ajuda a digerir gorduras. Ela é composta por 3 principais componentes: sais biliares, colesterol e lecitina; todos dissolvidos em água. Quando ocorre um desbalanceamento na concentração e proporção de qualquer um dos componentes, a bile se precipita originando lama biliar e cálculos biliares.
Devido a diferentes composições, os cálculos podem apresentar diferentes colorações, sendo mais claros quando há maior predomínio de colesterol e mais escuros quando os sais biliares são mais presentes. O tamanho e número de cálculos também pode variar.
De forma geral, cálculos menores que 1 cm de diâmetro apresentam maior risco de migração e saída da vesícula biliar pelo ducto cístico, com potencial de impactar na via biliar (coledocolitíase) ou passar pelo pâncreas, causando pancreatite aguda. Já os cálculos maiores que 1 cm tem chance de impactar no infundíbulo da vesícula, causando a colecistite aguda.
Quadros mais raros que ocorrem com cálculos grandes são o íleo biliar, a síndrome de Mirizzi e a síndrome de Bouveret; todas essas condições são tratadas com cirurgia de urgência.
A conduta adotada em pacientes com pedra na vesícula é cirúrgica na maior parte das vezes, afim de tratar os sintomas e prevenir as complicações. Uma avaliação pré-operatória é fundamental para confirmar a conduta, levando-se em consideração idade, comorbidades e cirurgias prévias.